Preço da gasolina sobe 12,5% nos postos em 2023

Diesel e etanol, por outro lado, recuaram. Fatores como cotação internacional do petróleo, retomada de impostos federais e reajustes de preços pela Petrobras ajudam a explicar reflexos na bomba.

03/01/2024 às 06h23
Por: Redação Fonte: g1 ce
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Preço da gasolina sobe 12,5% nos postos em 2023

O preço médio da gasolina aumentou nos postos do país em 2023, enquanto diesel e etanol tiveram quedas. É o que mostram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados na última terça-feira (2).

Veja abaixo como ficou o acumulado no primeiro ano do governo Lula 3.

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GASOLINA: o preço médio passou de R$ 4,96 na última semana de 2022 para R$ 5,58 na semana de 24 a 30 de dezembro de 2023. O avanço é de 12,5%.

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ETANOL: encerrou 2022 custando R$ 3,87. Nesta semana, o valor médio encontrado foi de R$ 3,42 — recuo de 11,6%.

DIESEL: fechou o ano passado a R$ 6,25. Agora, está custando, em média, R$ 5,86 — queda de 6,24% no ano.

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Diversos fatores ajudam a explicar a variação nas bombas. Entre eles, a reoneração dos combustíveis, a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes de preços pela Petrobras às refinarias. No caso do etanol, há relação direta com a safra de cana-de-açúcar. (veja mais abaixo)

Apesar do registro de fortes variações nos preços em meados de 2023, é possível perceber uma estabilização na curva de valores a partir de agosto, tanto para a gasolina quanto para o diesel e o etanol.

O que explica as variações

O ano foi marcado pela retomada de impostos federais sobre os combustíveis. Além disso, exerceram influência nos preços a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes dos valores praticados pela Petrobras — que, em 2023, também alterou sua política de preços.

No caso do etanol, a queda nos preços foi influenciada principalmente pela boa safra da cana-de-açúcar e pela decisão das usinas de eliminar estoques, com o intuito de diminuir custos e baratear o combustível.

Veja o ponto a ponto:

Reoneração

A cobrança de PIS/Cofins foi retomada integralmente para a gasolina e o etanol em junho de 2023, ajudando a pressionar os preços dos combustíveis — especialmente da gasolina — nas bombas. O retorno da cobrança já era previsto. Em março, inclusive, o governo Lula (PT) já havia aplicado um aumento parcial dos tributos.

A reoneração dos combustíveis reverteu a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de zerar em 2022 a cobrança dos impostos federais, em um contexto de escalada de preços nas bombas e de proximidade das eleições presidenciais. À época, a medida de Bolsonaro foi vista como eleitoreira por economistas e analistas políticos.

Já o diesel permaneceu com impostos federais zerados em 2023 — com exceção de quando teve cobranças antecipadas para financiar o programa de carros populares do governo federal. A retomada integral de PIS/Cofins para o combustível ocorrerá em 2024.

Para especialistas, apesar da retomada de tributos, os reflexos nos preços foram moderados.

Cotação internacional do petróleo

O barril de petróleo tipo Brent, referência para o mercado, encerrou 2022 cotado a US$ 85,91. Um ano depois, na cotação de 29 de dezembro de 2023, fechou avaliado em US$ 77,04, o que representa uma queda de 10,3%.

Galhardo lembra que, apesar de aumentos pontuais, o petróleo seguiu em tendência de desvalorização ao longo do ano.

O economista também destaca a influência da Opep, grupo de países produtores e exportadores de petróleo, na variação dos preços.

"Em reunião no fim de novembro, a Opep anunciou novos cortes na produção, mas não da forma que alguns membros gostariam. Não houve consenso, e o tiro saiu pela culatra: a produção continua elevada, e o preço da commodity caiu", diz.

Vale lembrar que diminuir a oferta é um artifício usado pelo grupo para encarecer a commodity: menos petróleo no mercado significa, na prática, maior valorização do produto.

Mudança na política de preços da Petrobras

A cotação do petróleo no mercado internacional influencia diretamente os preços praticados pela Petrobras e, consequentemente, os valores encontrados nas bombas. Ou seja, quanto mais valorizada a commodity, maior tende a ser o custo dos combustíveis nos postos.

Essa influência era ainda mais evidente quando a Petrobras seguia a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.

A petroleira, em maio de 2023, anunciou a alteração dessa política. A mudança definiu que seus preços às distribuidoras passaram a estar no intervalo entre:

o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor;

e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro.

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