As obras da Usina de Dessalinização do Ceará (Dessal), têm dificultado o acesso de parte dos moradores da Praia do Futuro, em Fortaleza, ao mar. Localizada na avenida Zezé Diogo, a nova sede da empresa está sendo construída em cima de uma passagem de areia, que era utilizada por moradores para chegar até a faixa arenosa.
O problema começou a ser denunciado há aproximadamente duas semanas, quando as cercas que delimitam o espaço da obra começaram a ser erguidas. Desde então, banhistas e surfistas que utilizavam a passagem foram surpreendidos pelo bloqueio e têm utilizado rotas alternativas para chegar até o mar.
“Eu tenho essa opção, desse caminho [alternativo] que eu faço aqui com meus meninos. Mas eu já vi pessoas que estão chegando em frente a tela, olhando para um lado, olhando para o outro e pensando ‘e agora o que eu faço para chegar à praia?’”, conta um surfista da região, que preferiu não se identificar.
Esse caminho alternativo citado pelo surfista é uma faixa de mato, situada ao lado das grades que cercam a obra. O uso deste espaço, entretanto, tem gerado problemas para os usuários da praia, já que nele é possível encontrar vários cacos de vidro, galhos quebrados, restos de barracas que já não existem mais e outros objetos que têm causado ferimentos à quem passa por ali.
Diante desse cenário, a alternativa sugerida pelos moradores é a construção de uma nova passagem de areia, assim como a que era usada antes das cercas, só que desta vez, ao lado do espaço cercado, sem necessidade de interrupção ou qualquer alteração na obra.
“É fazer uma passagem de areia. Pegar um trator, fazer uma passagem. Se não, fazer o que estamos fazendo, que seria abrir uma passagem de areia [na lateral da cerca], pega a direita [ao final da cerca lateral], a gente pega a continuidade [fora do trecho cercado] e nós descemos para a praia, como sempre teve [...] Um menino meu já se furou com um ferro e precisou ficar duas semanas sem ir surfar”, pontua.
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