O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, 38 anos, preso em março de 2023 em Fortaleza, por exercer de forma ilegal medicina, foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará pelos crimes de peculato, estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade de documento, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito que investigava o homem por exercício ilegal da medicina foi concluído, levando Thiago a responder não só pelo crime em questão, como por outros cinco, descobertos no decorrer das investigações iniciadas pelo 5º Distrito Policial e concluidas pelo 27º DP, em Fortaleza.
Este ano, Thiago concorreu para prefeito do município de Barreira, a 84 quilômetros de Fortaleza, porém, no decorrer da campanha renunciou e apoiou outro candidato, que foi eleito.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça em março deste ano, Thiago Reges falsificou o diploma de conclusão em curso de medicina pela Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia.
Com isso, ele entrou com um processo para revalidar o falso diploma pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Após a revalidação, ele conseguiu registrar-se junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) em 7 de julho de 2020, se vinculou a uma cooperativa de saúde e passou a atender ilegalmente em hospitais de Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste, no interior do Estado.
Somente em Itapajé, ele recebeu salário mensal de R$ 42.500. Já em Baturité, onde atuou nas unidades Equipe de Saúde da Família do “Jordão” e como plantonista da Unidade Municipal de Pronto Atendimento (UMPA), entre 27 de novembro de 2022 e 24 de março de 2023, ele recebeu o total de R$ 28.281,79.
Após a descoberta de que o diploma de medicina apresentado a Uece era falso, o caso foi denunciado na polícia, que passou a investigar Thiago. O falso médico chegou a ser preso e em 7 de fevereiro de 2022 e teve as credenciais no Cremec suspensas, além de ser excluído dos quadros da cooperativa de saúde.
Thiago Celso responde também por tráfico internacional de mulheres, no Acre, e foi um dos alvos da Operação Delivery, que investigou uma rede de prostituição e exploração sexual envolvendo mulheres maiores e menores de idade, na capital do Acre, Rio Branco.
Em julho de 2013, ele foi condenado, com outros 14 denunciados, em decisão do juiz Romário Divino, titular 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco na época, a 5 anos e seis meses, estando atualmente em liberdade por obter habeas corpus.
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