Duas mil cisternas de placas de 16 mil litros foram entregues na tarde desta sexta-feira (6) a representantes de comunidades indígenas e quilombolas do Ceará. A iniciativa ocorre por meio do Programa Cisternas, desenvolvido pelo Governo do Estado em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Agrário.
Aproximadamente duas mil famílias foram beneficiadas com as cisternas de primeira água, de produção e sistema de reúso de água. Os contemplados são povos originários cearenses que se inscreveram no edital 015/2023, cujo valor investido foi de R$ 12,2 milhões.
Além da entrega simbólica desses equipamentos, o Governo do Estado anunciou o início da implementação das 11.399 tecnologias sociais com os processos das definições das comunidades e cadastro das famílias beneficiadas dos 80 municípios, no montante de R$ 83 milhões.
“Essas cisternas representam saúde para as famílias, garante tranquilidade para essas pessoas que terão água limpa no quintal da sua casa. São R$100 milhões muito bem investidos”, destaca o chefe do Executivo estadual, Elmano de Freitas.
Para o secretário do Desenvolvimento Agrário, Moisés Braz, a cessão desses equipamentos constitui “apenas a primeira etapa” do conjunto de ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado e pela pasta.
“Lançamos o primeiro edital, que já foi executado e estamos entregando os frutos aqui hoje e o outro, no valor de R$ 83 milhões que está em fase de execução, selecionando as famílias beneficiadas”, reitera o secretário.
Áurea Anacé explica que as cisternas “vieram a calhar” na comunidade do povo Anacé, território localizado no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ela menciona que muitas famílias que residem na serra precisavam de água e enfrentavam dificuldades na hora da implantação.
“Algumas pessoas precisavam descer a serra e subir com o material. Outros moradores da comunidade tinham que comprar pipas de água por causa do verão e são pessoas que não têm condições de arcar com o custo”, relata Áurea.
“Muitas crianças do nosso território tinham que tomar um banho por dia porque não tinha água. Com as cisternas a realidade muda completamente”, acrescenta.
A implantação dos equipamentos também mudou a rotina do pescador artesanal Antoniel Matias Lima, 29, que reside em Quixeramobim, município distante 212 km de Fortaleza. O pescador, que tem o extrativismo como fonte de renda, cita que as cisternas viabilizaram a água potável na região.
“A gente pesca no Açude Fogareiro e, por ser um reservatório, todo mundo pensa que a gente tem água, mas não temos, não é água potável. Minha cisterna foi feita em maio deste ano e ainda tem água da chuva deste ano. Parece loucura, mas ainda estou bebendo dessa água de maio”, relata.
“Os pescadores nunca foram vistos e dessa vez fomos beneficiados e nos sentimos importantes. Participamos de um projeto que nunca tinha chegado aqui na comunidade”, complementa Antoniel.
Oitenta cidades já foram contempladas com a instalação das cisternas de placas, são elas:
Quatro municípios cearenses devem receber 674 cisternas até 2025
Durante a solenidade de entrega de cisternas às comunidades indígenas e quilombolas, o governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas (PT) subscreveu o edital de chamada pública n° 010/2024, que viabiliza a implantação de 674 cisternas em quatro municípios cearenses até 2025.
Este terceiro edital contempla as cidades de Hidrolândia, Ipaporanga, Salitre e Araripe.
“Estamos continuando a expandir e estamos solicitando ao Governo Federal mais cisternas de placa. Temos um pedido de mais de 45 mil cisternas para poder universalizar. Nossa meta é construir essas 45 mil mais na frente, vamos continuar trabalhando para levar cisternas de placa a todas as famílias cearenses”, pontua o governador.
Os recursos destinados à construção desses equipamentos são de R$ 4,6 milhões provenientes do Governo Federal.
“Lançamos o primeiro edital, que já foi executado, o segundo, no valor de R$ 83 milhões, está em fase de execução, selecionando as famílias beneficiadas. O terceiro edital, com investimento de R$ 4 milhões, foi anunciado aqui hoje e visa ampliar as cisternas nesses outros quatro municípios”, explica o secretário do Desenvolvimento Agrário, Moisés Braz.
O titular da pasta complementa que os três editais voltados ao Programa Cisternas custaram R$ 100 milhões ao Governo Federal.
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