Uma operação realizada no litoral cearense resultou na maior apreensão de armadilhas de lagosta já realizada no Brasil, conforme a Receita Federal. Os equipamentos, segundo o órgão, estavam "prontos para serem lançados ao mar" em período de defeso, quando é proibida a pesca do crustáceo.
Durante o defeso, é fundamental que a pesca da lagosta seja suspensa, pois é o período em que o animal se reproduz. Conforme ambientalistas, a pesca predatória nessa época pode acarretar na extinção da lagosta.
Além da Receita Federal, participaram da operação Marambaia o Exército, Marinha, Polícia Militar do Ceará e a siderúrgica ArcelorMittal, coordenados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Durante a ação, foram apreendidas 5 mil marambaias, como são conhecidas as armadilhas. O material ilegal foi detectado por imagens de satélite, tecnologia usada na investigação.
A marambaia, uma estrutura de ferro, é preenchida com uma isca que atrai a lagosta e é instalada no fundo do mar. O animal entra na estrutura em busca do alimento, mas fica preso a uma rede e não consegue sair. Em seguida, os pescadores retornam para resgatar as armadilhas com as lagostas presas.
A estimativa é que a operação poupe a captura ilegal de dezenas de toneladas de lagosta apenas em 2025, protegendo a biodiversidade marinha e a sustentabilidade da atividade pesqueira.
Maior produtor de lagosta do país
Maior produtor e exportador de lagosta do Brasil, o Ceará movimentou R$ 1,5 bilhão em vendas internacionais do produto nos últimos cinco anos. A Receita Federal alertou que fiscalizará a regularidade das exportações para coibir a comercialização de recursos extraídos ilegalmente.
A operação mobilizou 4 auditores-fiscais da RFB, 6 agentes do Ibama, 32 policiais militares, 60 militares do Exército e 20 da Marinha para carregar e descarregar 5 mil marambaias. Todo o material apreendido será encaminhado à siderúrgica ArcelorMittal, em Pecém (CE), onde será fundido e inutilizado permanentemente. A empresa colaborou com transporte e infraestrutura para a destruição.
Coordenada pela Abin, a ação destacou a integração entre órgãos de inteligência, segurança e meio ambiente. Para o órgão, operações como essa são importantes para preservar espécies e a economia legal.
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