Vereador suspeito de atropelar e matar duas garotas invadiu contramão

O laudo pericial sobre as mortes de duas primas em Paraipaba, litoral do Ceará, no dia 26 de janeiro, indica que o vereador Renan Barroso Cavalcante (Republicanos), suspeito de colidir o carro com a moto em que as meninas estavam, invadiu a contramão da estrada na entrada da cidade e atingiu as jovens.

As vítimas são Isabelle Oliveira, de 16 anos, e Yasmin Oliveira, de 13 anos. Segundo testemunhas, as duas morreram no local, e o vereador fugiu sem prestar socorro às vítimas. Ele ainda não foi chamado para prestar depoimento.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Aurélio de Araújo, o vereador não é considerado foragido. "O advogado disse que a qualquer momento que eu quisesse ele viria prestar depoimento", diz o policial. O delegado afirma que aguarda a conclusão de exames periciais para chamar o vereador para depor.

Segundo testemunhas, a moto das adolescentes colidiu frontalmente com um carro. Com o impacto, as duas morreram no local. Já o motorista, abandonou o veículo e fugiu antes da chegada da polícia.

Amigos e familiares das vítimas protestaram no Centro de Paraipaba. "A gente quer justiça. Eu vou jamais deixar a morte da minha filha assim", declarou Nayara Gonçalves, mãe da Isabelle, uma das vítimas.

"Ele num assumiu um volante? Então ele tem que assumir a responsabilidade dele, porque ele tirou a vida de duas jovens, que tinham um futuro lindo pela frente. Duas meninas maravilhosas", lamentou Eloísa Batista, madrasta da Isabelle.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, a Delegacia Municipal de Paraipaba está à frente das investigações para elucidar o caso.

A morte das duas primas comoveu a cidade. A prefeitura de Paraipaba divulgou notas de pêsames lamentando a partida precoce das garotas, que eram aluna da rede municipal.

"Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, amigos e toda a comunidade escolar, desejando força e conforto para enfrentar essa perda irreparável", diz um trecho da homenagem.

Nayane Gonçalves, mãe de Isabelle, também cobrou uma resposta pelo caso. "Só o que quero é justiça, porque eram duas inocentes. Não é porque elas eram menores de idade e estavam em uma moto... Se fossem 'de maior', ele ia deixar por isso também?", questionou.