Eduardo Bolsonaro anuncia que pediu licença do mandato para ficar nos EUA

Diante das articulações promovidas pelo deputado brasileiro nos EUA, parlamentares petistas pediram ao STF que sua atuação fosse investigada por estar supostamente prejudicando o Brasil e que seu passaporte fosse retido.

19/03/2025 às 12h13
Por: Mário Almeida Fonte: O Povo
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Eduardo Bolsonaro anuncia que pediu licença do mandato para ficar nos EUA

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou em um vídeo publicado em suas redes sociais nesta terça-feira (18/3) ter tomado "a decisão mais difícil de sua vida".

Ele afirmou que vai se licenciar do mandato na Câmara para ficar nos EUA para se dedicar em tempo integral a convencer o governo Donald Trump a atuar pela anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro no país e para obter sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo sobre golpe de Estado no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi denunciado.

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"Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos", afirmou Eduardo, que chama Moraes de "psicopata", "homem de geleia" e o acusa de ser o chefe da "gestapo da Polícia Federal", em uma referência à polícia secreta da Alemanha nazista de Hitler.

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Em pouco mais de um mês desde a posse de Trump, Eduardo foi aos EUA quatro vezes, em uma intensa campanha para que parlamentares americanos, empresários e integrantes da Casa Branca tomassem medidas públicas contra o governo brasileiro.

A campanha ocorre diante da possibilidade cada vez mais concreta que Bolsonaro, já inelegível até 2030, seja julgado pelo STF em breve. A Corte decidirá em 25 de março se o presidente se tornará réu após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Bolsonaro nega as acusações.

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O trabalho de articulação de Eduardo resultou em uma nota do Departamento de Estado dos EUA acusando o Brasil de praticar censura pelas decisões do STF em relação a redes sociais como o X, do bilionário trumpista Elon Musk, e da Rumble, rede recentemente tirada do ar e cujos advogados processam Moraes em parceria com a Trump Media, empresa do presidente americano que controla a rede Truth Social.

Nos EUA, desde que voltou ao poder, Trump concedeu perdão presidencial a todos os envolvidos nos atos de 6 de janeiro e demitiu do Departamento de Justiça todos os envolvidos nas investigações dos atos.

Ele próprio era alvo de investigações por seu suposto papel de instigar a massa de trumpistas para tentar subverter o resultado da eleição de 2020, na qual foi derrotado.

Mas não chegou a ser julgado por ela e sempre negou as acusações. Trump acusa o Judiciário dos EUA de ter sido politicamente aparelhado e segue repetindo, sem provas, que a eleição de 2020 foi fraudada.

Diante da movimentação do deputado brasileiro nos EUA, parlamentares petistas pediram ao STF que sua atuação fosse investigada por estar supostamente prejudicando o Brasil e que seu passaporte fosse retido.

À BBC News Brasil, Eduardo negou que pedisse sanções ou tarifas contra os brasileiros, mas admitiu que tampouco fazia gestões para aliviá-las, concentrando sua pauta na defesa ao pai. Algo que ele reafirma agora, em seu vídeo.

Eduardo diz que a oposição a ele vinha tentando usar seu mandato "como um cabresto".

"Seria mais confortável ficar quieto, recebendo um excelente salário e fingindo defender os paulistas e meus irmãos brasileiros, do que enfrentar esse sistema covarde e desumano. Mas eu não aceitei esse chamado para ter conforto ou comodidade", disse Eduardo, que pleiteava o posto de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Eduardo viajou pela última vez aos EUA, com toda a família, durante o Carnaval. E não retornou mais ao Brasil. Seus aliados radicados no país, como o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, vinham advogando para que ele não mais retornasse ao Brasil, porque haveria um risco de ele vir a ser preso.

O deputado não foi indiciado nem denunciado nas investigações referentes à tentativa de golpe de Estado que envolvem seu pai.

"Não é fácil saber que o meu pai pode ser injustamente preso e talvez eu jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo", diz Eduardo.

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