O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou nesta terça-feira (20) que o governo federal estuda extinguir o desconto de entidades associativas nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS.
Segundo o chefe da AGU, há uma avaliação de que o risco "não compensa".
Em abril, o governo deflagrou uma operação para apurar possíveis desvios bilionários com descontos feitos sem a autorização do beneficiário.
"Nesse momento, nós temos uma série de instrumentos financeiros – PIX, conta bancária – que as entidades podem se valer para interagir diretamente com os seus associados e ter o seu desconto. Nesse momento, o governo está refletindo o risco e, digamos assim, os elementos de controle para ver o caso ou não de manter esse modelo", afirmou Messias em entrevista ao "Bom Dia, Ministro", da EBC.
"Aparentemente, há uma avaliação de que o risco e a fragilidade do sistema não compensam. Enfim, neste momento a gente está sendo muito cuidadoso, mas é possível que o governo tenha uma informação sobre isso em breve", disse.
Na mesma entrevista, Messias afirmou que o governo investiga ainda se entidades e associações usaram criptomoedas para ocultar o desvio desse dinheiro.
Segundo o ministro, a AGU pediu o bloqueio de bens de entidades associativas investigadas. Junto a este pedido, também foi solicitado o rastreio do dinheiro.
"No pedido de bloqueio que nós fizemos na semana retrasada nós solicitamos ao juízo que seja feito um rastreio a partir de corretoras de criptomoedas para entender por onde esse recurso passou caso tenha sido utilizado", diz Jorge Messias.
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