A BR-222, em Caucaia, que estava bloqueada nos dois sentidos em razão de um protesto organizado por indígenas Tapeba, foi liberada por volta do meio-dia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a manifestação pacífica iniciou às 12h dessa segunda-feira (9) e seguiu na manhã dessa terça-feira (10), na altura do quilômetro 17.
Cerca de 100 manifestantes estiveram na rodovia na última tarde, interditando o tráfego. Nesta manhã, o grupo é estimado em 20 pessoas. Por meio de um comunicado, a PRF informou que o trânsito no sentido Capital-Interior flui parcialmente. Já no sentido Interior-Capital, o fluxo está sendo desviado pela esquerda, através do bairro Capuan (acesso pela BR antiga, no km 19).
Ao Diário do Nordeste, pessoas ligadas à comunidade indígena informaram que o protesto é direcionado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O trecho da rodovia corta cerca de 8 quilômetros da região habitada pelos Tapeba, e, atualmente, passa por uma obra de duplicação.
Os indígenas também declaram que, desde o dia 4 de junho, a intervenção está paralisada e nenhum detalhe sobre o futuro da intervenção foi informado pelo órgão.
Comunidade Tapeba cobra melhorias
A líder comunitária Clarice Maria Ferreira, 42 anos, reforça que a obra, organizada pelo departamento, tem causado diversos problemas para a população local.
"Estamos há mais de dois anos cobrando uma multa de ressarcimento prometida pelo DNIT, para a melhoria da comunidade Tapeba, mas até agora nada foi feito. Infelizmente tivemos que agir dessa maneira para que os indígenas possam ser vistos", cobra.
Paulo Augusto, 43 anos, morador de uma das comunidades próximas à rodovia, afirmou que a região sofre com falta de ruas pavimentadas, iluminação precária e longas faixas sem retorno. "Precisamos andar mais de 3 quilômetros para voltar para casa", diz.
Providências
Em nota à reportagem, o DNIT informou que dialoga com a comunidade Tapeba para normalizar o tráfego na região, e que a empresa responsável pela obra já foi acionada para retomar e finalizar os serviços a partir dessa terça-feira.
Para o departamento, a prioridade, no momento, é liberar o fluxo de veículos, mas o órgão garante que mantém o acompanhamento das demandas da comunidade.
"O DNIT mantém diálogo com o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará, no intuito de atender todas as solicitações das comunidades indígenas dentro da maior brevidade possível", finaliza o boletim.
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